Conteúdo de Método Científico

terça-feira, 7 de setembro de 2010

CONTEÚDO ENVIADO POR EMAIL, PELA PROFESSORA MARLY RIBEIRO

COMO SE DEVE LER

“È preciso ler para obter informações básicas e para procurar informações específicas” (Barrass, 1979:137).
A maneira de ler, todavia, varia de acordo com o fim a que se propõe o leitor.
Para Salomon (1972:33), o bom leitor é aquele que:

1. Lê com objetivo determinado
2. Lê unidades de pensamentos.
3. Tem vários padrões de velocidade.
4. Avalia o que lê.
5. Possui bom vocabulário.
6. Tem habilidade para conhecer o valor do livro.
7. Sabe quando deve ler um livro até o fim, quando interromper a leitura definitiva ou periodicamente.
8. Discute frequentemente o que lê com os colegas.
9. Adquire livro com freqüência e cuida de ter sua biblioteca particular.
10. Lê vários assuntos.
11. Lê muito e gosta de ler.
12. O bom leitor é aquele que não só é bom na hora da leitura (...) é constantemente bom leitor. Não só lê, mas sabe ler.

LEITURA PROVEITOSA

Para que a leitura tenha um resultado satisfatório, algumas considerações devem ser levadas em conta:

a)      Atenção – aplicação cuidadosa da mente ou espírita em determinado objeto, para haver entendimento, assimilação e apreensão dos conteúdos básicos encontrados no texto.
b)      Intenção – interesse ou propósito de conseguir algum proveito intelectual através da leitura.
c)      Reflexão – consideração e ponderação sobre o que se lê, observando todos os ângulos, tentando descobrir novos pontos de vista, novas perspectivas e relações. Favorece a assimilação de idéias alheias, o esclarecimento e o aperfeiçoamento das próprias, além de ajudar a aprofundar conhecimento.
d)      Espírito crítico – avaliação de um texto, implica julgamento, comparação, aprovação ou não, aceitação ou refutamento das colocações e pontos de vista. Permite perceber onde está o bom ou o verdadeiro, o fraco, o medíocre ou o falso.
Ler com espírito crítico significa ler com reflexão, não admitindo idéias sem analisar, ponderar, nem proposições sem discutir, nem raciocínio sem examinar. É emitir juízo de valor.

e)      Analise – divisão do tema no maior número de partes possível, determinação das relações entre elas e entender sua organização.
Segundo Bloom (1971:119), “as capacidades que requer a análise estão situadas em um nível mais alto que as necessidades para compreensão e aplicação”

f)        Síntese – reconstituição das partes decompostas pela análise e resumo dos aspectos essenciais, deixando de lado o secundário e o acessório, mas dentro de um sequência lógica de pensamento.
g)      Velocidade – certo grau de velocidade, mas com eficiência, faz-se necessário. Os estudantes, os responsáveis pelos trabalhos científicos devem consultar e ler quantidades razoáveis de obras e documentos. Em razão da explosão bibliográfica especializada é necessário que se leia com certa velocidade, para se tornar conhecimento das novas teorias, ideais, colocações etc. Deve-se ler rápido, mas de modo a entender o que se lê, visando ao bom aproveitamento.

Gagliano (1979:72-72) indica algumas regras elementares para a leitura:

1.      Jamais realizar uma leitura de estudo sem um propósito definido.
2.      Reconhecer sempre que cada assunto, cada gênero literário requer uma velocidade própria de leitura.
3.      Entender o que se lê.
4.      Avaliar o que se lê.
5.      Discutir o que se lê.
6.      Aplicar o que se lê.



COMO SUBLINHAR

Sublinhar palavras ou frases durante a leitura é, porém, uma técnica nem sempre bem compreendida. Há pessoas que têm seus livros com páginas e páginas sublinhadas linha por linha e orgulham-se disso. Mas é um engano julgar que se deve sublinhar tudo para que a leitura seja produtiva. Existe o sublinhar correto e sublinhar errôneo.
De modo geral, procede erroneamente quem sublinha tudo que julga ser significativo logo na primeira leitura. Ora, no contato inicial como texto não se conhece ainda quais são seus detalhes, mas importantes e muitas vezes ainda nem se captou qual é a idéia principal. Sendo assim, como sublinhar? De fato, sublinhar corretamente só é factível quando o estudante já tem o objetivo de seu estudo plenamente traçado e age segundo um plano prévio, no momento adequado.
Antes de sublinhar é preciso, pois, ter um primeiro contato com a unidade de leitura e questioná-la, procurando encontrar as respostas para as questões formuladas ao texto. Durante essa fase, ao invés de sublinhar indiscriminadamente, é preferível assinalar na margem da página qualquer sinal convencional, como !, ?, X etc. Esses sinais chamarão a atenção para os termos ou conceitos, idéias etc., que deverão ser pesquisados após a leitura inicial. Naturalmente você deve usar sinais de um código próprio, pessoal, que melhor se adapte à sua personalidade. Mas essa sinalização à margem não constitui as sublinhas definitivas; antes, é apenas um apontamento provisório.
Somente na segunda leitura, quando o plano de ação já estiver bem definido, é que se pode realmente sublinhar, sempre visando a salientar a idéia principal, os pormenores mas significativos, enfim, os elementos básicos da unidade de leitura. Então, você perceberá que raramente terá de sublinhar uma oração inteira. Quase sempre é uma palavra-chave que se apresenta como elemento essencial.
Aqui, a regra fundamental é: sublinhe apenas o que é realmente importante para o estudo que está realizando e somente depois de estar seguro dessa importância. Mas aja de modo a que, ao reler o que foi sublinhado, possa obter claramente o principal do que acabou de ler.
A não-observância dessa orientação fará com que você sublinhe indiscriminadamente e isso prejudicará mais do que beneficiará seu estudo.



Regras para sublinhar bem:
v      Depois de leres o texto, na segunda leitura, tenta distinguir o que é essencial.
v      Selecciona então os elementos de informação mais importantes para sublinhares.
v      Sublinha as frases que contêm esses elementos, de forma que, ao lê-las, de imediato te forneçam a ideia fundamental.
v      Dá mais importância às definições e ideias-chave.
v      Não abuses dos traços e das cores. Em geral, basta destacar uma frase ou duas por parágrafo. Lembra-te que sublinhar tudo é o mesmo que não sublinhar nada.
v      Sublinha de forma a que, ao leres só os sublinhados, te lembres de todo o texto e percebas o seu sentido. Assim, quando fores fazer revisões da matéria, terás o trabalho muito facilitado.
EXEMPLO:

Sublinhado

Aprender a escrever é, em grande parte, se não principalmente, aprender a pensar, aprender a encontrar idéias e a concatená-las, pois, assim como não é possível dar o que não se tem, não se pode transmitir o que a mente não criou ou não aprovisionou. Quando nós, professores, nos limitamos a dar aos alunos temas para redação sem lhes sugerirmos roteiros ou rumos para fontes de idéias, sem, por assim dizer, lhes “fertilizarmos” a mente, o resultado é quase sempre desanimador: um aglomerado de frases desconexas, mal redigidas, mal estruturadas, um acúmulo de palavras que se atropelam sem sentido e sem propósito; frases em que procuram fundir idéias que não tinham ou que foram mal  pensadas ou mal digeridas. Não podiam dar o que não tinham, mesmo que dispusessem de palavras-palavras, quer dizer, palavras de dicionário, e de noções razoáveis sobre a estrutura da frase. É que palavras não criam idéias; estas, se existem, é que, forçosamente, acabam corporificando-se naquelas, desde que se aprenda como associá-las e concatena-las, fundindo-se em moldes frasais adequados. Quando o estudante tem algo a dizer, porque pensou, e pensou com clareza, sua expressão é geralmente satisfatória.






Esquema

- Aprender a escrever – aprender a pensar
- não se transmite o que não se criou ou guardou
- temas sem roteiros – mau resultado
- não basta palavras e conhecimentos gramaticais
- se pensar com clareza, a expressão é satisfatória

Resumo

Aprender a escrever é aprender a pensar, encontrar idéias e concatena-las. So se pode transmitir o que a mente criou ou aprisionou.
Se o professor dá o tema e não sugere roteiros, o resultado é desanimador, mesmo que o aluno tenha as palavras e conhecimentos gramaticais.
Se pensar com clareza, a expressão será satisfatória.

0 comentários: