Executivos dizem que empresas de internet devem ser responsabilizadas por coleta de dados pessoais

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Companhias que recolhem informações dos usuários são questionadas em conferência

R7
10 de novembro de 2010, às 17h24min

As empresas de internet precisam ser mais firmemente responsabilizadas pelos dados pessoais recolhidos de seus usuários, para protegê-los contra crimes de computação, disseram executivos do setor durante a conferência anual Family Online Safety Institute, nos Estados Unidos.Peter Cullen, diretor de questões de privacidade da Microsoft, foi um dos participantes.

"A informação é a moeda do crescimento, mas também vem se tornando cada vez mais a moeda do crime. As pessoas têm expectativas elevadas no que tange às companhias, em termos de como recolhem, usam, armazenam e, acima de tudo, protegem suas informações".

Ele disse ainda que as empresas precisam se submeter a padrões mais elevados quando lidam com informações pessoais dos consumidores, e investir mais em estruturas internas que garantam a privacidade.

Michael Fertik, fundador da ReputationDefender, uma empresa que defende reputações online, apelou por regulamentação do governo norte-americano que torne obrigatória a aprovação explícita dos consumidores sobre coleta de dados para que eles tenham mais controle sobre seus "dossiês digitais".

"É notável a profundidade dos dados acumulados sobre cada um de nós; é perturbador".

Empresas como Google, Yahoo, Facebook e Microsoft recolhem dados pessoais que podem ser utilizados em publicidade ou repassados a terceiros sem que os usuários estejam cientes disso.

Fertik defendeu a imposição de limites sobre o tempo pelo qual as empresas estariam autorizadas a manter dados pessoais de consumidores, alertando que, com o tempo, os dados poderiam passar a ser usados além da publicidade, para objetivos que incluiriam, por exemplo, avaliação de mensalidades de planos de saúde tomando por base a frequência com que a pessoa vai a lanchonetes de fast food.
Confira também

Fertik disse que as companhias que dependem da publicidade vivem um impasse.

"As empresas cuja receita principal vem da publicidade sofrem tremenda tensão entre esse interesse econômico e a causa da privacidade dos usuários". 

0 comentários: